Fotografia (recorte) do acervo da Fundação José Saramago no Flickr. Uso autorizado.
Criações de Raquel Tavares | Mariana Dias | Beatriz Lourenço
Apresentação dias 1 e 15 de outubro de 2022, na Casa da Cerca - Centro de Arte Contemporânea e na Biblioteca Municipal José Saramago, Almada
Este programa, comissariado e produzido pela Companhia de Dança de Almada, visa apoiar jovens artistas empenhados na criação coreográfica. Será composto por 3 peças inspiradas na obra de José Saramago, para apresentação em diferentes espaços informais. O projeto, unificado pela reapropriação e reinterpretação do universo do autor em visões personalizadas, partiu de uma proposta da Rede Municipal de Bibliotecas de Almada, acolhida pela direção da Ca.DA.
Neste contexto, será apresentado:
“Antonius Adalfuns”, de Raquel Tavares, inspirada num texto da obra “O Homem Duplicado”.
Partindo da perspetiva de que a vida resulta da soma de todas as nossas escolhas, visa-se criar um dueto que reflita as várias possibilidades de escolha que cada ser tem, de que modo essas possibilidades e escolhas o influenciam, e, ainda, de que modo o medo paralisante e frenético entorpece a sua perceção.
Conceção: Raquel Tavares
Cocriação e interpretação: Raquel Tavares e Vítor Hugo Afonso
Música: Angel e Hildur Guðnadóttir
Edição Musical: Raquel Tavares
Figurinos e Adereços: Companhia de Dança de Almada
Agradecimentos: Companhia de Dança de Almada e Bruno Duarte
“Jornada coabitada”, de Mariana Dias, com base na obra “As Pequenas Memórias”
Protopoema: "Do novelo emaranhado da memória, da escuridão dos nós cegos, puxo um fio que me aparece solto. / Devagar o liberto de medo que se desfaça entre os dedos. / (...) / É um rio. / Corre-me nas mãos, agora molhadas.” José Saramago
Criação: Mariana Dias
Interpretação: Carolina Sendim
“Solo Quase”, de Beatriz Lourenço, sobre a obra “Objeto Quase”
Partindo de “Objecto Quase”, de José Saramago, nasce “Solo Quase” que à semelhança do livro e das suas partes, se torna descritivo do ato do movimento, como um quase objeto, como quase algo mais que objeto. Um solo que nos fala de tudo menos sobre o solo. Um solo que é o coletar de diversas partes de "Objeto Quase", mas também de diversas reflexões do que é ser solo, estar solo, abraçar solo. Contando com a voz e apoio à criação de Ricardo Santos Silva cresce ainda a noção de que um solo que vive em partilha, nunca será solo.
Conceção: Beatriz Lourenço
Co-criação e Interpretação: Beatriz Lourenço e Ricardo Santos Silva
Texto: Ricardo Santos Silva, partindo do conto ”A Cadeira”, de José Saramago
"Protoretrato", tendo como objeto de exploração a obra “As Pequenas Memórias”
Poder reconstrutor da memória. 1, 2, 3 a partir de agora vou ser uma pessoa diferente. Memórias. Não há explicação para elas, não as convocámos, mas elas aí estão.
Conceito e interpretação: Bárbara Gomes, Eva Aguilar e Mariana Dias
Coreografia: Mariana Dias
Música Original: Eva Aguilar
Texto: Bárbara Gomes, a partir da obra “As Pequenas Memórias”, de José Saramago
Figurinos: Bárbara Gomes, Eva Aguilar, Mariana Dias
Raquel Tavares, natural de Lisboa, iniciou o seu percurso em dança clássica quando tinha 7 anos, realizando vários níveis do método Royal Academy of Dance (diplomas do Grau 3 ao Avançado). O seu contacto com a dança contemporânea começou quando ingressou na Escola Superior de Dança, na qual se licenciou em Criação/Interpretação (2010/2013).
De 2013 a 2015 realizou a formação Olga Roriz - Dança/Teatro, onde teve contacto com Olga Roriz, Sylvia Rijmer, Magalie Lanriot, Catarina Câmara, Paulo Reis, Marta Lobato, Maria Cerveira, entre outros. Simultaneamente, frequentou o projeto Quorum, onde dançou peças de Daniel Cardoso, São Castro, Inês Godinho, Jácome Filipe, e realizou aulas técnicas com Cláudia Sampaio e Margarida Belo Costa. Enquanto intérprete freelancer trabalhou com Benvindo Fonseca (2015 e 2017) e Gonçalo Lobato (2017), e como estagiária na Companhia Olga Roriz (2016). Faz parte do elenco da Companhia de Dança de Almada desde janeiro de 2017, na qual tem tido a oportunidade de trabalhar com diversos coreógrafos, tais como: Bruno Duarte, Inês Pedruco, Luís Marrafa, Luís Malaquias, Margarida Belo Costa, Julia Ehrstrand, Martxel Rodriguez e Jon López, realizando espetáculos com digressões nacionais e internacionais. Tem criado e interpretado alguns trabalhos coreográficos, dos quais destaca os solos "Campo Estreito. Minado de Sombras" (2015 e 2016) e “Corpo Sem Órgãos” (2017), participando na Plataforma Coreográfica Internacional das 24.ª e 25.ª edições da Quinzena de Dança de Almada. Recentemente criou a peça “Gifted” (2021) para a Companhia de Dança de Almada. Enquanto professora, iniciou o seu percurso em 2013, dando aulas de dança clássica, dança contemporânea, dança criativa e composição coreográfica, em várias escolas, e de repertório na Companhia Olga Roriz (2016). É professora na Ca.DA Escola desde 2020. Atualmente está a concluir o mestrado em Ensino de Dança – 10.ª edição na Escola Superior de Dança.
Mariana Dias é licenciada em Dança (2021), pela Escola Superior de Dança (ESD), de Lisboa. Iniciou a sua formação em dança na Ca.DA Escola, da Companhia de Dança de Almada. Foi aluna de Erasmus na Stockholm University of the Arts (DOCH), tendo-se juntado à turma do terceiro ano do curso de Dance Performance. Cocriou com Beatriz Lourenço a peça "VIAGEM", apresentada em 2017 na Quinzena de Dança de Almada, e com Rafael Pinto a peça "Em Laivo", apresentada na Biennale Tanzausbildung, Hamburgo, no Festival Metadança, Leiria, e no Festival LUGAR FUTURO, Viseu, em 2020. No mesmo ano, foi bailarina na peça "O cansaço dos seres", de João Fernandes, apresentada no Festival Metadança, em Leiria. Em 2021, iniciou estágio na Companhia de Dança de Almada e participou num curso intensivo de Flying Low e Passing Through com David Zambrano. Recentemente, em 2022, foi bailarina intérprete na peça Húmus, a partir da COMPOTA Artistic Residence.
Beatriz Lourenço é mestranda em Estudos e Gestão da Cultura, no ISCTE - Instituto Universitário de Lisboa, e licenciada em Dança (2021), pela Escola Superior de Dança (ESD), de Lisboa. Em 2012 iniciou a formação artística em Dança na Ca.DA Escola, da Companhia de Dança de Almada, onde frequentou o Curso Vocacional até 2018. Frequentou o Curso de Artes Visuais na Escola Artística e Secundária António Arroio (Lisboa) e na Escola Secundária Anselmo de Andrade (Almada). No percurso em Dança, destaca os seguintes professores: Bruno Duarte, Maria Franco, Carla Albuquerque, Gonçalo Lobato, Rita Judas, Maria José Bernardino, Sylvia Rijmer, Rita Vilhena, Amélia Bentes, Maria Ramos e João Fernandes. Como intérprete, destaca o trabalho desenvolvido com Joana Borges em “Dust” (2021); com João Fernandes em “O Cansaço dos Seres” (2020); com Maria José Bernardino em “Óptima” (2019), em “Regresso” (2018) e em “O Muro” (2017); e com Bruno Duarte em “Dentro do Abraço” (2016). Como criadora destaca as peças “Edictum”, desenvolvida em cocriação com Inês Costa e, interpretada por ambas, sendo apresentada em residência artística no RA100 Arroios, em 2020; “Unfold 0.1” peça na qual foi criadora e intérprete, inaugurando assim a exposição Ver de Fazer (2019); e “Viagem”, apresentada na 25.ª Quinzena de Dança de Almada, onde foi intérprete e cocriadora ao lado de Mariana Dias (2017). Atualmente desenvolve “TAMBÉM é tEU”, em co-criação com Rafael Pinto e Catarina Marques, contando o projeto com o apoio da ESD e dos Estúdios Victor Córdon. Como professora, leciona a disciplina de Improvisação na Ca.DA Escola, desde 2020, e de Estúdio Coreográfico, desde 2021.
Bárbara Gomes, ingressou em 2019 na ACT-Escola de Atores, onde atualmente frequenta o terceiro e último ano do curso. Teve aulas com Beatriz Batarda, Sara Vaz, Nuno Nunes, Vítor Hugo Pontes, entre outros. Fez projetos em ambiente escolar (espetáculo e filme final do 2.º ano) e integrou o projeto École des Maîtres, no Teatro Dona Maria II, em 2021. Frequentou o primeiro ano da licenciatura em Audiovisual e Multimédia na ESCS – Escola Superior de Comunicação Social, onde, apesar de não ter finalizado o curso, descobriu interesse pela edição e realização.
Eva Aguilar, estudou violoncelo com Luís Sá Pessoa e composição com Daniel Schvetz na Escola de Música do Conservatório Nacional (Lisboa). Frequenta atualmente a licenciatura em Composição na Escola Superior de Música de Lisboa, estudando com Jaime Reis e Carlos Caires. Paralelamente, estuda canto com Joana Nascimento e integra o Coro Juvenil da Universidade de Lisboa, dirigido por Erica Mandillo, tendo participado em produções com a Orquestra e Coro Gulbenkian, festivais corais em Vesoul, Turim, Basileia, Estrasburgo/Zurique e concertos na Casa da Música, CCB, Teatro São Luiz, O’Culto da Ajuda, Fundação Calouste Gulbenkian (com a pianista Maria João Pires). Em 2021, teve peças tocadas no Festival Dialogues (Edimburgo), Festival Música Viva, Festival DME e integrou o colectivo BoCA Sub 21- Biennial of Contemporary Arts. Recentemente foi selecionada pelo Divertimento Ensemble para escrever uma obra a ser estreada no Festival Rondò 2022, em Milão.