Como hipnotizar o público?
A questão foi respondida através da pesquisa de danças e sons hipnóticos, filmes e livros sobre o hipnotismo. Surgiram assim, em termos de movimento, algumas associações às danças dos derviches e ao movimento da Dança Kramp (dança de rua dos bairros marginais americanos).
Alguns teóricos definem hipnose como um largar de um mundo para ir para outro, que é um território diferente, não acessível durante a vigília.
Para a autora de “Projecto I”, hipnotizar significa criar uma espécie de território de transição entre o mundo lá fora e o espectáculo. A ideia de hipnotizar o público foi-lhe dada pelo encenador Tim Crounch - que no seu espectáculo tinha a personagem de hipnotizador - mas também por sentir que na partilha de um espectáculo com o público existe uma relação de acordo mútuo em entrar num mundo diferente do habitual.
Entremos então juntos neste sonho...
Ficha Artística
Concepção e Direcção: Filipa Francisco
Co-criação e Interpretação: Alexandrina Nogueira, Débora Queiroz, Maria João Mirco, Nuno Gomes, Perrine Bache-Gabrielsen, Ricardo Ambrózio
Banda sonora original: Antonio Pedro
Figurinos e Guarda-roupa: Filipa Francisco e Companhia de Dança de Almada
Fotografia: José Figueira
Assistente de Ensaios: Maria João Lopes
Duração: 50’ sem intervalo
Classificação: maiores de 6 anos
Público escolar: 3.º ciclo do ensino básico e ensino secundário
Sobre a autora
Filipa Francisco tem desenvolvido vários projectos de colaboração, com Bruno Cochat ( "Nu Meio", Culturgest 96), André Lepecki (“Leitura de Listas”, Festival Way 04), Idoia zabaleta (“Dueto”, Festival Alkantara 06) Carlos Pez ("Mientras Tanto", Bélgica 09). Destas colaborações surgiram várias questões essenciais ao seu trabalho: de que forma afectamos os outros ou somos afectados, na nossa “fisicalidade” e no nosso imaginário, abrindo novos caminhos e maneiras de ver e influenciar o mundo?
Sobre a Criação
O processo de criação subdividiu-se em: uma fase preparatória em que se encontrou, em conjunto, a temática da peça, através da pergunta “O que queremos dizer?”; uma segunda fase em que esta temática foi explorada, através da “fisicalidade” e da relação com a composição musical.
A temática da peça foi assim construída com o grupo, tendo por base o seu imaginário individual, utilizando as linguagens da dança contemporânea.
Sobre o seu trabalho diz a autora: “Como intérprete e criadora jogo com as questões de relação entre público e autor, criando peças onde existe grande proximidade e duplos olhares sobre a mesma temática. As minhas peças são como um jogo de espelhos onde cabem vários pontos de vista e onde em última instância se aborda e desnuda o próprio processo criativo.